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Sofrer com uma dor debilitante todo dia pode ser tão insustentável que algumas pessoas acabam decidindo acabar com a própria via, segundo sugere uma pesquisa recente.

Mais de 25 milhões de adultos vivendo nos EUA sentem algum nível de dor diariamente, enquanto 10,5 milhões sofrem com dores intensas todos os dias.

A dor crônica pode ser um contribuidor importante para o suicídio.

Foi relatado que 8,8% dos casos de morte por suicídio apresentavam evidência de dor crônica, segundo um estudo publicado online, em setembro/2011, no periódico Annals of Internal Medicine.

Emiko Petrosky, M.D., M.P.H., do U.S. Centers for Disease Control and Prevention em Atlanta, EUA, e colaboradores conduziram uma análise retrospectiva dos dados do National Violent Death Reporting System, para estimar a prevalência da dor crônica entre indivíduos que se suicidaram, com e sem dor crônica, que morreram entre 1/01/2003 e 31/12/2014.

Os pesquisadores constataram que 8,8% dos 123.181 indivíduos que se suicidaram incluídos no estudo tinham evidência de dor crônica; de 2003 a 2014, esse percentual aumentou de 7,4% para 10,2%. De modo geral, observou-se que 53,6% e 16,2% dos falecidos por suicídio com dor crônica morreram em decorrência de lesões por arma de fogo e de overdose de opiáceo, respectivamente.

A dor na coluna dorsal, a dor do câncer e a artrite são responsáveis por uma grande proporção de condições dolorosas crônicas em indivíduos que cometem suicídio, de acordo com o estudo. A pesquisa também constatou que ansiedade e depressão foram diagnosticadas com mais frequência em vítimas de suicídio com dor do que naquelas sem dor.

“Os profissionais que cuidam de pacientes com dor crônica devem estar alertas para o potencial risco aumentado de suicídio, sendo necessário mais esforços para diagnosticar, controlar e tratar a dor crônica e as comorbidades envolvendo condições de saúde mental”, relatam os autores.

“A vigilância e pesquisa contínuas são necessárias para melhor conhecer a carga da dor crônica nos Estados Unidos”.

“Essa observação destaca a necessidade de aprimorar o tratamento da dor, não só em termos de efeito direto sobre a dor e funcionamento, mas também como método para aumentar a esperança daqueles que sofrem de dor crônica”, afirma o autor. 

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CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524

Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).