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A região lombar se situa na parte inferior da coluna, próximo à bacia. Os músculos da lombar são paritários, isto é, se localizam igualmente nos dois lados do tronco, são eles: trígono lombar, grande dorsal, eretores da espinha e serrátil anterior. Estes músculos, juntamente a outro grande grupo muscular, formam o dorso, ou seja, a região que começa na nuca e se estende até a lombar.

É importante mencionar sobre o dorso, pois os músculos e a estrutura óssea estão interligados, de forma que a postura, os movimentos inadequados ou dores em algum músculo dorsal podem influenciar as dores em outras regiões das costas.

Há diversos tipos de dores nas costas, pois se trata de uma região ampla e com bastante músculos, ou seja, com maior possibilidade de ocorrer alguma agravante, além disso, as costas envolvem a coluna vertebral, a qual também está apta a apresentar algum problema que pode causar dor.

Há ainda as dores nos órgãos internos que podem ser confundidas com dor muscular, mas que na verdade podem indicar pneumonia, cólica renal, gases ou até mesmo pode ser sinal de uma gravidez, entre outros.

O presente texto se fundamenta nas dores dos músculos das costas, como a lombalgia, seja ela causada por fatores externos ou internos.

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O que é a lombalgia

O termo “algia” se origina do grego “algos”, que significa dor. Dessa forma, lombalgia significa dor na lombar. É uma condição de saúde bastante comum em ambos os sexos, principalmente entre as pessoas com mais idade, isto é, acomete aos homens por volta dos 40 anos de idade e às mulheres por volta de 50 anos.

Lombalgia é uma das condições mais incapacitantes e é considerada a segunda causa de procura médica. Pode estar relacionada a diversas outras questões de saúde e inclusive pode ser um sinal de um estilo de vida inadequado.

A maioria das pessoas já sentiu, sente ou ainda vai passar por um quadro de dor nas costas, seja de baixa intensidade ou mais forte, de longa duração ou apenas momentânea. A lombalgia se caracteriza pela duração da dor por aproximadamente entre 5 a 12 semanas, podendo haver casos com maior duração.

A lombalgia pode irradiar para outras regiões, causando dor em outros músculos das costas ou nos membros inferiores, esta condição é chamada lombociatalgia, que consiste em uma dor ciática irradiada da lombar através dos caminhos nervosos.

Causas

Pode haver diversas causas para a lombalgia, sendo classificada em três tipos causais: lombalgia mecânica, postural ou inespecífica. Além disso, pode ser considerada sob dois níveis: agudo e crônico.

-Lombalgia mecânica: causada por rigidez nas articulações, tensão ou distensão, inflamações ciáticas e osteoporose. Este tipo causal é o que mais se relaciona com a irradiação da dor, isto é, com a lombociatalgia.

-Lombalgia postural: considerada a principal causa da dor lombar, consiste na má postura ao sentar-se deitar-se, agachar-se e andar.

-Lombalgia inespecífica: as causas da dor pode ser desencadeada por neoplasias, artrites, infecções, problemas na próstata, no útero, nos órgãos pélvicos e gástricos.

Além disso, a lombalgia pode ser desencadeada por maus hábitos como o sedentarismo, fatores do trabalho ou deformidades do tronco, esforço repetitivo, fatores psicogênicos e excesso de peso

O sedentarismo contribui com as dores nas costas, pois faz com que os músculos sejam pouco requisitados, tornando-os fracos e flácidos, de forma que quando a pessoa esforça um pouco os músculos lombares, estes ficam sobrecarregados e com suas fibras lesionadas, ocasionando as dores. No entanto, a dor causada pelo sedentarismo é passageira, dura apenas alguns momentos ou dias após o esforço realizado. Diferentemente de outras causas, como os fatores no trabalho.

O trabalho pode ser um forte causador de diversas condições de saúde/doença, em relação às dores na coluna, o que ocorre está associado à ergonomia, isto é, as condições oferecidas pela organização para que o trabalhador tenha sua saúde física e psicológica preservadas, através de equipamentos e mobília que possibilitem que as atividades sejam realizadas com a postura correta e a movimentação do dorso também de forma adequada.

Além da ergonomia, o fator do trabalho também pode contribuir com a lombalgia no que tange os acidentes de trabalho, que podem causar lesões ou fraturas nos ossos, músculos ou nervos. Dessa forma, o trabalho pode ser tanto causador como agravador das dores nas costas.

As deformidades no tronco dizem respeito a problemas mórficos vertebrais, isto é, desvios na coluna, hérnia de disco, escoliose, osteofitose, entre outros. O esforço repetitivo, por sua vez, consiste no contrário do sedentarismo, ou seja, ao requisitar o músculo de forma excessiva, este também pode se lesionar e ocasionar em dores, que só passam quando o ciclo do esforço é interrompido.

Os fatores psicogênicos interferem na dor somática no sentido de que o sofrimento psicológico pode fazer com que a pessoa se mantenha com os ombros caídos e má postura e sedentarismo, devido à depressão, por exemplo. O excesso de peso também pode ocasionar lombalgia, este peso excessivo consiste tanto no peso da pessoa acometida como no esforço em carregar objetos muito pesados.

Em suma, há diversos fatores que podem causar a dor na lombar, podendo ser internos, isto é, algum problema na estrutura óssea ou outra patologia que refletem na lombar, como os casos de escoliose, fratura óssea, hérnia de disco, neoplasia, osteoporose e obesidade, ou externos, que inclui os hábitos e influências do meio que acabam desencadeando dores, como nos casos de má postura, ergonomia no trabalho, esforço físico.

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Sintomas

A lombalgia é caracterizada pela dor na região baixa da coluna, podendo ser ou não irradiada para os glúteos, coxas ou região posterior da perna, mas nunca ultrapassando o joelho. A sintomatologia da lombalgia pode ser classificada em aguda ou crônica:

– Lombalgia aguda: quando apresentam uma duração de aproximadamente um mês a um mês e meio, geralmente as dores são ocasionadas por esforço excessivo. Pode haver episódios relatados como “travar a coluna”. A maioria das pessoas com lombalgia aguda melhora os sintomas no tempo esperado e apenas 5% destas pessoas costumam evoluir para a lombalgia crônica.

-Lombalgia crônica: caracterizada pela duração da dor lombar por cerca de três meses a um ano, podendo ou não haver lombociatalgia. Este tipo causal costuma afetar pessoas obesas, pessoas que possuem algum desgaste vertebral ou outra patologia e pessoas com mais de 40 anos de idade, devido ao desgaste da coluna.

Tratamento

Primeiramente, o médico realiza o diagnóstico através de anamnese, questionando ao paciente sobre a intensidade e local da dor, sobre quanto tempo sente dor na lombar, sobre possíveis esforços e exercício físico, bem como sobre a forma como trabalha, enfim. Além disso, o médico pode realizar exames clínicos, que consistem na avaliação da coluna, observando a postura e se há algum desvio, por exemplo. Os exames de imagem são raramente necessários, salvo os casos que existe lesão ou outro problema associado.

Uma vez realizado o diagnóstico, o tratamento passa a ser direcionado de acordo com o caso, pois se a causa da dor lombar for devido a um problema subjacente, este é que deve ser tratado. Assim, a lombalgia deve ser tratada de forma diferente se for aguda ou crônica.

O tratamento para lombalgia aguda consiste no repouso de cerca de 4 dias, para que a musculatura lombar se restabeleça e recupere suas fibras; massagem ou acumputura; fisioterapia para casos agudos, mas que reaparecem frequentemente na vida do paciente e, por fim, , pode ser receitado algum analgésico, para o alívio da dor.

Já o tratamento dos casos crônicos de lombalgiase baseia em intervenções tanto para o alívio da dor como para a causa inicial, isto é, para o alívio da dor, em qualquer caso, geralmente é utilizado medicação à base de paracetamol (analgésico) ou anti-inflamatórios esteroides ou não-esteroides, os esteróides mais usados são à base de predisona, pode-se ainda utilizar relaxantes musculares como Carisoprodol e Ciclobenzaprina. Há casos em que pode ser associada a administração de antidepressivos.

Se a causa da lombalgia for relacionada a fatores psicológicos, o tratamento inclui, além do uso de antidepressivo, o encaminhamento à psicoterapia e atividades relaxantes como meditação.

Se a causa da dor lombar for por excesso de peso, devem-se recomendar exercícios aeróbicos e alimentação equilibrada para que o paciente perca peso e assim interromper a sobrecarga na coluna.

Já se a causa for escoliose, deve-se indicar fisioterapia ou atividades que buscam compensar a diferença lateral, como RPG, hidroginástica, alongamento, Yoga e, em alguns casos, intervenção cirúrgica.

Para tratar a dor lombar associada à hérnia de disco, por sua vez, pode ser preciso realizar cirurgia nos casos em que o tratamento clínico não surtir resultados, assim como as neoplasias e fraturas.

Conclusão

As dores nas costas ou lombalgia são muito incapacitantes, podendo imobilizar a pessoa acometida até que a dor cesse. Dessa forma é preciso prevenir, realizando exames para verificar o estado da coluna vertebral, exigindo da empresa medidas ergonômicas e realizando exercícios físicos regularmente com ajuda de um profissional para evitar o excesso de peso e sedentarismo, contribuindo assim, com uma saúde global.

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CRM-SP 19759 / RQE 3179 | Atua no tratamento de reabilitação em atletas, dor aguda e dor crônica (cervicalgia, lombalgia, enxaqueca). Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Colaborador do CEIMEC – Centro de Estudo Integrado de Medicina Chinesa

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