Guia Abrangente sobre Meralgia Parestésica
Tudo o que você precisa saber sobre causas, sintomas e tratamentos da queimação na coxa
O que é a Meralgia Parestésica?
Entenda o problema por trás do formigamento na coxa
A meralgia parestésica é uma condição que causa uma sensação de formigamento, queimação ou dormência na parte externa da coxa. Esses sintomas são causados pela compressão do nervo cutâneo femoral lateral, que fornece sensação à pele da parte externa da coxa.
Anatomia do Problema
O nervo cutâneo femoral lateral da coxa é um nervo sensitivo localizado na região da virilha. A meralgia parestésica ocorre quando esse nervo sofre compressão, geralmente no ponto em que passa sob o ligamento inguinal.
Quem é Afetado?
A condição é mais comum em pessoas entre 30 e 60 anos, afetando mais homens do que mulheres. Pessoas acima do peso também têm maior probabilidade de desenvolver a condição.
Causas da Meralgia Parestésica
Os principais fatores que levam à compressão do nervo
Roupas que Apertam
O uso de roupas apertadas, como jeans justos ou cintos apertados, pode exercer pressão excessiva na área da coxa, causando a compressão do nervo.
Obesidade
Pessoas com excesso de peso têm maior probabilidade de desenvolver meralgia parestésica, pois o peso adicional aumenta a pressão na área da coxa e abdome.
Gravidez
O crescimento do útero durante a gravidez pode exercer pressão no nervo, causando a meralgia parestésica.
Lesões na Coxa
Qualquer lesão na área da coxa, como fraturas ou contusões, pode causar a compressão do nervo.
Cirurgias
Procedimentos cirúrgicos na região da virilha ou coxa podem danificar o nervo ou causar cicatrizes que comprimem o nervo.
Outras Condições
Hipotireoidismo, diabetes ou esclerose múltipla também podem aumentar o risco de desenvolver meralgia parestésica.
Sintomas da Meralgia Parestésica
Como identificar os sinais da condição
Sensação de Formigamento
Muitas pessoas experimentam uma sensação de formigamento na parte externa da coxa, descrita como “alfinetes e agulhas” ou “eletricidade”.
Queimação na Coxa
Algumas pessoas podem experimentar uma sensação de queimação na área afetada, especialmente intensa durante a noite ou após ficar em pé por longos períodos.
Dormência
A meralgia parestésica também pode causar dormência na parte externa da coxa, descrita como uma sensação de “ausência de sensação” na área.
Dor
Algumas pessoas podem experimentar dor na parte externa da coxa, variando de uma dor leve a uma dor intensa, especialmente durante o movimento.
Sensibilidade Aumentada
Algumas pessoas podem ter sensibilidade aumentada na pele da área afetada, tornando a área dolorida ao toque (alodínea).
Os sintomas podem ser intermitentes ou contínuos e podem ser desencadeados por atividades específicas. Se você está experimentando algum desses sintomas, é importante procurar um profissional médico para diagnóstico adequado.
Diagnóstico da Meralgia Parestésica
Como os médicos identificam a condição
Avaliação Clínica
O diagnóstico geralmente começa com uma consulta médica e exame físico completo. O médico avalia os sintomas e procura sinais de compressão do nervo cutâneo femoral lateral.
Testes de Sensibilidade
Durante o exame físico, o médico pode realizar testes de sensibilidade na pele da parte externa da coxa e avaliar a força muscular na área afetada.
Sinal de Tinel
O médico pode realizar o sinal de Tinel (choque ou dor ao toque do nervo) para ajudar no diagnóstico.
Exames Complementares
Exames como Ressonância Magnética de Coluna, Eletroneuromiografia, Ultrassonografia e Ressonância do nervo podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico ou excluir outras condições.
Tratamentos Não Cirúrgicos
Opções conservadoras para aliviar os sintomas
1 Mudanças no Estilo de Vida
Evitar roupas apertadas na região da cintura e permanecer muito tempo em pé são passos iniciais efetivos na melhora dos sintomas.
2 Fisioterapia
Exercícios de fisioterapia podem ajudar a aliviar a pressão e liberar o nervo afetado.
3 Medicamentos
Analgésicos ou anti-inflamatórios podem ajudar, mas os mais efetivos são os anticonvulsivantes e antidepressivos tricíclicos para dor neuropática.
4 Infiltrações ou Bloqueio
Bloqueios anestésicos e com corticóides podem ajudar nos casos mais leves e moderados.
5 Técnicas de Relaxamento
Ioga, meditação ou terapia de massagem podem ajudar a aliviar a tensão muscular e reduzir a dor.
Tratamento Cirúrgico
Quando a cirurgia é necessária e o que esperar
Neurólise do Nervo
Durante este procedimento, o nervo é exposto e cuidadosamente liberado da compressão ao seu redor. O procedimento deve ser realizado com cautela, com uso de lupa microcirúrgica por um especialista em Nervo Periféricos.
Neurectomia
Esta abordagem envolve a remoção parcial ou total do nervo cutâneo femoral lateral. É um procedimento irreversível e o paciente permanecerá com perda da sensibilidade na região lateral da coxa.
Eletrodo para Dor
Essa terapia tem sido utilizada para casos graves onde o paciente não quer passar pela neurectomia. O eletrodo posicionado junto ao nervo realiza estímulos que “enganam” a dor e evita que ela retorne completamente.
Após a cirurgia, é importante seguir cuidadosamente as instruções médicas para garantir uma recuperação adequada. Isso pode incluir limitar a atividade física, trocas e limpeza dos curativos, alongamentos e exercícios específicos.
Prevenção e Autocuidado
Medidas para reduzir o risco e gerenciar os sintomas
Evite Roupas Apertadas
Evite usar roupas apertadas, como jeans justos ou cintos apertados, que podem exercer pressão na área da coxa.
Perda de Peso
Manter um peso saudável pode ajudar a reduzir a pressão na área da coxa e diminuir o risco de desenvolver meralgia parestésica.
Postura Adequada
Manter uma postura adequada pode ajudar a reduzir a pressão na área da coxa e diminuir o risco de desenvolver a condição.
Exercício Físico
Exercitar regularmente pode ajudar a fortalecer os músculos ao redor da área da coxa, o que pode ajudar a aliviar a pressão no nervo.
Alongamentos
Fazer alongamento antes e depois do exercício físico pode ajudar a reduzir o risco de lesão na área da coxa.
Controle do Diabetes
Se você tem diabetes, manter seus níveis de açúcar no sangue sob controle pode ajudar a reduzir o risco de neuropatia periférica.
Meralgia Parestésica Durante a Gravidez
Como a condição afeta gestantes e o que fazer
A meralgia parestésica também pode ocorrer durante a gravidez devido ao aumento do peso e pressão na área da coxa. Os sintomas podem incluir dormência, formigamento ou queimação na área da coxa.
Tratamento Limitado
O tratamento durante a gravidez é limitado devido às preocupações com a segurança do feto. As opções incluem mudanças no estilo de vida, fisioterapia e exercícios de alongamento.
Medicamentos e Cirurgia
O uso de medicamentos é geralmente evitado, a menos que seja considerado essencial. A cirurgia também é geralmente evitada durante a gravidez, a menos que seja absolutamente necessária.
Complicações e Riscos
O que pode acontecer se a condição não for tratada
Lesões
A meralgia parestésica pode causar certo grau de insegurança na área da coxa, o que pode aumentar o risco de lesões, como quedas.
Infecções
Se a meralgia parestésica for causada por uma lesão, como uma fratura da pelve, pode haver um risco aumentado de infecção na área afetada.
Redução da Qualidade de Vida
A dor e os outros sintomas associados à meralgia parestésica podem afetar a qualidade de vida e limitar a capacidade de realizar atividades diárias.
Cronificação da Dor
Pacientes com dores por mais de 1 ano tendem a não responder bem ao tratamento, tornando essencial buscar ajuda médica precocemente.
Para prevenir complicações, é importante procurar tratamento médico adequado se você tiver sintomas de meralgia parestésica. Não deixe o sintoma de dor prolongar-se, pois isso levará a uma pior resposta ao tratamento!
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Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).
